Aquele espaço ocupado anteriormente na minha cama por ti dá agora lugar ao meu ursinho de peluche.
Ele não é uma presença tão forte, nem tão agradável quanto a tua, mas consigo colocá-lo meticulosamente de maneira a que, de olhos fechados, consiga preencher o vazio que ali deixaste.
Mas...
O meu urso não procura os meus lábios. O meu urso não me faz rir. O meu urso é bastante apetecível a ser acariciado tal e qual como tu também és, mas não me toca de volta como tu me tocas. O meu urso não respira ao meu ouvido mas deixa-me respirar ao dele. O meu urso não me beija nem diz que precisa de mim, mas consegue sentir que estou triste. O meu urso encaixa perfeitamente nos meus braços, e vice-versa, tal e qual como nós. O meu urso não se mexe, não tem vida, mas consegue de certa forma preencher o vazio deixado por ti...
O meu urso olha para mim enquanto durmo, abraça-me quando o abraço, beija-me quando o beijo.
Mas...
E quando lhe digo que o amo?
Nesse momento... bem, nesse momento as palavras dão lugar ao silêncio.
É essa a diferença entre ti e o meu ursinho de peluche.